Subjetividade , Mídia e Cultura de Consumo
- Profa. Dra. Maria de Fátima Vieira Severiano e Profa.
Dra. Luciana Lobo Miranda
Esta linha de pesquisa elabora uma análise psicossocial
da Cultura de Consumo e da mídia enquanto produtora
de subjetividade na contemporaneidade, com ênfase na
dimensão simbólica e na reflexão critica
acerca das novas fontes de referência de identidade
produzidas, no âmbito do mercado, pelas novas tecnologias
de comunicação de massa. Concebendo os media
como instrumentos privilegiados na produção
simbólica das sociedades do capitalismo tardio, propõe-se
a uma discussão sobre as formas do individualismo contemporâneo,
a cultura do narcisismo, o culto ao corpo, a racionalidade
técnica, os processos de segmentação/globalização,
Modernidade/"Pós-Modernidade", a relação
de alteridade entre sujeitos e produtos midiáticos
e as implicações psicossociais daí derivadas.
A necessidade de inserção do profissional de
Psicologia neste campo de investigação se justifica,
em vista do crescente protagonismo do mercado, nas esferas
pública e privada, cuja lógica se vale da subjetividade
do espectador para atingir fins mercadológicos, subordinando,
assim, a lógica do desejo à lógica do
capital. Trata-se também de discutir a produção
subjetiva contemporânea, a partir da relação
com os meios de comunicação de massa, como mediador
da forma como o sujeito percebe a si mesmo e o mundo. O referencial
teórico de base é constituído pelo conceito
de Subjetividade de Félix Guattari, pelas críticas
elaboradas pela Escola de Frankfurt (Adorno, Horkheimer, Marcuse
e W. Benjamin), as análises do fenômeno do Narcisismo
na perspectiva Clínica (Freud) e cultural (Lasch),
a análise da mídia a partir de Arlindo Machado,
Muniz Sodré e Regis Debray, e demais fenômenos
contemporâneos tematizados por autores tais como: J.
Baudrillard, S. P.Rouanet, Jurandir F. Costa, F. Jameson,
Z. Bauman, J. Birman, etc
Subjetividade e Alteridade - Prof. Dr. José
Célio Freire
As
psicologias contemporâneas se põem frente ao
desafio de tentar compreender e intervir na produção
das subjetividades, no âmbito de uma sociedade marcada
pelo hiperindividualismo e pelas exigências ansiogênicas
de consumo e sucesso. Precedendo, no entanto, a emergência
de situações concretas e cotidianas de identificação
e significação, dá-se a possibilidade
de um questionamento ético não apenas do fazer
psicológico mas, originariamente, da constituição
mesma dos processos de subjetivação. A dimensão
ética da existência está implicada na
responsabilidade por outrem (Lévinas) e no reconhecimento
e produção da diferença (Derrida). A
partir da ética da alteridade radical de Emmanuel Lévinas,
podemos efetuar uma escuta crítica da modernidade tardia
onde se inserem as teorias e práticas psicológicas
contemporâneas, bem como as chamadas "práticas
alternativas", no intuito de demonstrar o quanto o lugar
do Outro permanece vago nestes discursos e nestas intervenções.
Superar a questão da consciência de si pela afirmação
da consciência do outro que si - o outro, o outro de
si e o outro do outro - eis a tarefa que se supõe às
psicologias.
Memória, narrativa e subjetividade - Profa.
Dra. Idilva Maria Pires Germano e Prof. Dr. Ricardo Pimentel
Méllo
As
preocupações acerca das novas identidades produzidas
no contexto das sociedades contemporâneas, e de seus
desdobramentos éticos, suscitam uma reflexão
sobre os modos de subjetivação dos indivíduos
e coletividades no Brasil. Problema fundamental desde as origens
da formação mestiça do povo e da construção
do Estado Nacional, as formas de elaboração
e expressão da pertença à nação
brasileira ganham contornos peculiares na modernidade tardia
e configuram importante área de estudos para a investigação
interdisciplinar interessada no modo de ser brasileiro, como
se pode ver em trabalhos de diferentes linhagens disciplinares,
como nos de Alfredo Bosi, Antonio Candido, Luís Cláudio
Figueiredo, Diatahy Bezerra de Menezes e muitos outros. As
perguntas sobre o ser brasileiro configuram uma tradição
no pensamento culto nacional, refletida nas grandes obras
sócio-antropológicas e ficcionais que buscam
interpretar a nossa singularidade. A interface destes trabalhos
com a Psicologia se dá no âmbito das representações
sociais, das questões da identidade e da alteridade,
e na compreensão dos modos de subjetivação
tipicamente brasileiros.
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